RUA
TREZE DE MAIO (ENTREVISTAS)
A Rua Treze de Maio situa-se na transversal da Avenida Santa Bárbara
e da Rua São Jorge, o que indica que a presença forte da religiosidade, com
certeza influências do sincretismo religioso (catolicismo/ candomblé) estava
presente no tempo em que a rua ganhou seu logradouro. A verdade é que
independente de fazer um levantamento histórico sobre como se deu a origem do
bairro, especificamente dessa rua, o que vale é a sensação de ter sido uma
criança feliz que aproveitou o máximo da época de poder ficar na rua até tarde,
com um clima pacífico (o que mudou bastante na atualidade), conhecendo o mundo
através das vivências, das brincadeiras e do companheirismo de muitos amigos
que compunham minhas primeiras experiências de socialização.
Sobre as condições da rua na
década de 70/80 leiamos o que um morador antigo relata sobre como os terrenos foram distribuídos:
“Isso aqui foi
transformado em loteamento e os terrenos foram doados. Ninguém pagou por nada
aqui. Quem pegava as casas das pontas (esquinas) é que se deram bem, pois os
terrenos são bem maiores. Depois as maiorias que tiveram seus terrenos
legalizados passaram a vender e foi começando a encher os espaços com casas
pequenas, simples, com cercas de arames. Tinha esgoto e o chão era de terra
barrenta, quando chovia era água para tudo que é lado.”
Uma moradora (D. Adélia), hoje
falecida, contava que quando começou a surgir candidatos a vereadores no bairro
foi que as coisas melhoraram um pouco. Para conseguir a confiança da vizinhança
alguns entravam com pedido de asfalto na Prefeitura e eles cediam alguns metros
de capeamento, porém, eles diziam que por não disponibilizarem de mão-de-obra
suficiente, deveria ser realizados
mutirões para distribuir o betume e o asfalto pelas ruas. Lembro- me de uma
dessas ocasiões em que meu pai se ofereceu como voluntário; eram trazidos inúmeros
carrinhos- de- mão e os homens vinham no embalo e despejavam no chão. Logo
após, as mães de família e até mesmo crianças pegavam as pás e ficavam batendo
e espalhando o asfalto por todas as extremidades das ruas; eram ocasiões
alegres onde víamos o espírito de coletividade e fraternidade girando em torno
de algo que poderia ser deprimente e vergonhoso para a população local, pela negligência
dos poderes públicos de prestarem atenção aos bairros mais periféricos e se
aterem apenas aos bairros do centro ou próximo ao centro da cidade.
Vista de cima, Nova Sussuarana na parte inferior da imagem, próximo ao CAB.
https://www.google.com.br/search?newwindow/nsussuarana
Interessante saber que essa área toda foi uma grande fazenda. Hoje vendo o crescimento populacional lamento pelos animais que tiveram que migrar para outro lugar, e pela mata que aí existia na época da minha infância...visão que poderia ser outra se a prefeitura tivesse feito o serviço direito no loteamento reservando um espaço para praças com jardins ao invés de deixar a cargo dos moradores pavimentarem toda a rua retirando assim até os coqueiros que existiam no bairro.
ResponderExcluirObrigada Lú pela sua opinião. Concordo com você, o que faltou realmente no bairro nas décadas de sua urbanização foi um planejamento adequado para que além de moradias visassem mais áreas de lazer e a preservação ambiental.
ExcluirBoa noite, o seu blog é muito útil para as pesquisas de quem quer saber qual a historia do bairro de Sussuarana e do centro administrativo da nossa cidade.
ResponderExcluirQue bom que gostou Ana, gostei também da história que você trouxe sobre o Beirú. Muito rica sua pesquisa. Espero que consigamos sempre estar mantendo eles atualizados para que haja esse intercâmbio de conhecimento.
ExcluirMeus parabéns por resgatar a origem da rua Treze de Maio. Infelizmente, a secretaria de pavimentação urbana não atentou para bairros carentes.
ResponderExcluirInfelizmente, porém, os impostos eles não esquecem de nos alertar para que sejam pagos. O mínimo que eles dessem de retorno para os moradores já seria bom, mas nem isso.
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